Carille tem uma semana para inventar outro Corinthians
Bolívia ZIca
19/09/2019 09h25
Propor o jogo, ir pra cima, ter volume ofensivo, impor o abafa, fazer dois ou três gols, não tomar nenhum, virar o placar adverso, fora de casa, na altitude de Quito. Se quiser manter vivo o sonho do título inédito da Sul-Americana, o técnico Fábio Carille terá que forjar, em uma semana, um Corinthians que não forjou em nove meses de trabalho: confiante, consistente e ofensivo. Fazer 1 a 0 e ficar o resto do jogo fechadinho dessa vez não vai servir.
O apreço excessivo ao sistema de defesa resultou em um time com muitas dificuldades para criar. Quando sai atrás então, complica mais ainda. Falta repertório. A melhora pós-Copa América, os jogos de invencibilidade, os avanços no torneio internacional e a chegada inesperada ao terceiro lugar no Brasileiro podem ter servido como argumento durante um tempo. Mas os resultados maquiavam más atuações.
Os problemas ficaram evidentes depois do empate em casa com o Ceará e as derrotas para Fluminense e Independiente Del Valle. Até o presidente Andrés Sanchez assumiu que o Corinthians levou em Itaquera uma aula de futebol da modesta, porém muito bem treinada equipe equatoriana.
Cravar que já era seria precipitado demais. O Corinthians tem bons jogadores e uma camisa pesada. Infinitamente mais pesada que a do adversário. Mas que a missão ficou ingrata, ficou. Agora precisa mais do que se superar. Para ser finalista, precisa se reinventar rapidinho. Se ficar nesse lenga-lenga preguiçoso, é capaz de perder de novo no Equador.
Sobre o Autor
Jornalista de formação, amante do futebol por paixão e corneteiro por vocação. Apresentador do canal Desimpedidos. Comanda o Bolívia Talk Show.
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