Qual é a torcida mais corneteira do Brasil? A mais chata, a mais impaciente, a que mais reclama do time? Foi essa a pergunta que fiz no Twitter.

Claro que toda torcida já ficou pistola, fez protesto, vaiou, pegou no pé de jogador, xingou até as gerações mais antigas do treinador e muitas vezes passou do ponto ao invadir CT, fazer tocaia no aeroporto ou quebrar uns carros por aí.

Mas tem duas torcidas em particular que não esperam por vexames, eliminações precoces ou crises absurdas para expressar todo seu talento em soprar forte o famoso instrumento: Palmeiras e Flamengo.

A dupla foi, de longe, a mais citada nos comentários do meu tweet. Atualmente então, por serem os dois clubes mais ricos, donos dos elencos mais milionários, a paciência da torcida para eventuais insucessos fica menor ainda. Tanto é que depois da queda na Copa do Brasil a chapa já esquentou para ambos os lados!

Quando não acabam em violência, as cornetas verde e rubro-negra chegam a ser uma característica engraçada dos clubes. Uma tradição. Quase um motivo de orgulho. A história do cheirinho com os fracassos recentes fez a massa flamenguista andar com a corneta a tiracolo. Mas que me perdoem os irmãos urubus: em matéria de corneta, o porco de Palestra Itália é doutor.

Aliás, o termo corneta surgiu ali, na Rua Turiassu, esquina com a Rua Caraíbas, onde funcionava a Corneta Ferramentas, uma fábrica de canivetes e tesouras. No bar vizinho, um grupo de conselheiros da oposição costumava se reunir. Eles chegavam no clube causando, fazendo muito barulho, e os sócios comentavam: "olha lá, chegou a turma da Corneta".

Em sua primeira passagem, Felipão chegou a batizar aquele pessoal mais exaltado atrás do banco de "turma do amendoim".

Hoje, o Palmeiras precisa ganhar ou empatar por 0x0/1×1 com o Godoy Cruz para avançar na Libertadores. Amanhã é a vez do Flamengo, que precisa virar o placar adverso de 2 a 0. Para o bem dos ouvidos mais sensíveis, é bom que os dois estejam nas quartas.