Acabo de sair de uma casa incrível na estrada do Joá. Aquela vista de perder o fôlego. A entrevista foi com Douglas Costa, que curte suas férias no Rio de Janeiro. Quando nossa equipe chegou, o meia-atacante da Juventus estava na sala, jogando Fifa com dois amigos em uma espécie de estação portátil de vídeo game: uma maleta com tela, console e joysticks. Fácil de levar para qualquer lugar.

Dei aquele salve de longe para não atrapalhar a jogatina. Douglas dava uns berros para provocar. "Tô batendo neles aqui, é tudo pato meu". Quando fez um gol, levantou correndo e mandou a comemoração tradicional do seu parceiro de clube, Cristiano Ronaldo. "Siiiiiiiim!".

A primeira coisa que fiz foi agradecer por ele ter me recebido nas férias. Isso é algo muito raro. E enquanto a produção armava o cenário ali mesmo, na sala, comecei a trocar uma ideia com o cara em off. Depois, falamos sobre o tema na entrevista também. Perguntei se o Tite havia mesmo conversado com ele. "O Tite me ligou antes da convocação para a Copa América para saber como eu estava. Contei que fazia cinco meses que não treinava com o grupo. Era impossível me apresentar à Seleção assim".

Quis saber o que ele acha da ideia de que essa geração não tem a mesma vontade de jogar pelo Brasil. Que prefere ganhar títulos nos seus clubes europeus. "Quem paga minhas contas é a Juventus. Eu não precisaria estar na Seleção se não tivesse tesão. Todo mundo tem esse sonho, de ser campeão com o Brasil. É um sonho do meu pai, da minha família, amigos e de todo mundo".

Conversamos sobre toda a carreira do menino que começou no Grêmio, foi jogar na Ucrânia muito jovem, foi treinado por Guardiola no Bayern e agora é uma das estrelas do setor ofensivo da Juve, ao lado de Dybala e CR7. E a pergunta que mais me mandaram foi: o que você achou de ser cortado por ter cuspido no adversário e do Neymar ter sido convocado mesmo tendo dado um soco no torcedor? "O Tite está certo em convocar o Neymar. Ele é o melhor do time, ele resolve, os números não mentem. E também entendi quando fui cortado. Mas treinador também pode errar. Eu só acho que, como eu estava machucado, ele não precisava voltar no tema da cusparada. Poderia ter falado que foi por conta da lesão".