O VAR tem sérios problemas, mas não tem camisa

A arbitragem no Brasil continua polêmica. Com ou sem VAR. Muitas vezes o árbitro de vídeo não chama a atenção do juizão quando deveria, outras vezes o próprio árbitro revê o lance e mesmo assim erra. Isso dá margem para a chuva de reclamações, cada hora de um lado. Mas, na moral, esse papo de que o VAR tem camisa já é muito chororô, e eu digo por quê.

Dias atrás, o flamenguista reclamou da convocação do Tite por ter chamado Gabigol e Rodrigo Caio. Falaram que existia uma disposição maldosa da CBF para beneficiar os paulistas, principalmente o vice-líder Palmeiras, e prejudicar o Mengão. Tá.

Aí teve o lance do Guerrero no meio de semana. E o do Gabigol com Daniel Alves no sábado. E o mimimi passou para o lado verde. Porque o VAR também ajudou a anular o gol do Bruno Henrique, que seria a virada sobre o Inter no Beira-Rio. Tá.

Outro time que sempre é favorecido na boca do torcedor brasileiro: Corinthians. Luxemburgo e o Vasco reclamaram muito do impedimento marcado no lance que seria o primeiro gol do jogo. Mas depois teve um gol anulado do Jadson porque o Mateus Vital, no começo da jogada, estava voltando da posição de impedimento. Se existe uma pré-disposição para ajudar o Corinthians, por que o VAR iria atrás desse lance que ninguém percebeu?

Tem mais, e é só nessa rodada. Porque todo time já foi ferrado ou ajudado. O árbitro que não marcou um pênalti de mão na bola para o Grêmio no Maracanã é tricolor? E em BH? Foi marcado um pênalti bem duvidoso para o Ceará contra o Atlético. O VAR então está do lado cearense?

Não. O VAR não tem camisa. O que existe é uma dificuldade enorme de se usar o recurso do VAR no Brasil. Jogadores pedem o tempo todo, treinadores e dirigentes insinuam ou falam com todas as letras que existe algum esquema quando se sentem prejudicados e a arbitragem muitas vezes não consegue acertar, mesmo com o recurso do vídeo. O mimimi está longe de acabar e não há tecnologia que cale esse chororô, que já virou até parte do folclore futebolístico nacional.