O curioso caso de Fábio Carille
Como definir Fábio Carille? Um vencedor? Um retranqueiro? Um retranqueiro vencedor? Hoje em dia, os sentimentos estão misturados no coração do torcedor.
Um dia foi só amor. Quando ele entrou como interino. Foi efetivado. Ganhou clássicos. Foi campeão paulista. E contra todas as probabilidades, levou o Corinthians ao título brasileiro. De tampão a revelação. E o corinthiano finalmente esqueceu o Tite.
Aí ele não resistiu ao dinheiro dos sauditas. Nesse meio tempo, nenhum técnico deu certo no clube, que chamou Carille de volta para 2019. Dizem que ele voltou diferente. Chato. Marrento. Deu uma estrelada. Ok. Mais um Paulista pra conta do pai.
Só que a partir da semifinal contra o Santos – os 11 atrás dando bica pra cima como time pequeno para levar a decisão aos pênaltis – o futebol apresentado começou a gerar desconfiança. Até editaram o perfil dele no Wikipédia: "um dos mais retranqueiros do país".
Assistir jogo do Corinthians geralmente é um teste de paciência. Pouca criatividade e inspiração. Atitude reativa. Se toma um gol, corre atrás. Se faz o primeiro, recua. Se está 0 a 0, deixa assim que está bom demais.
Eliminado da Copa do Brasil nas oitavas, pelo Flamengo. Fora da final da Sul-Americana, perdendo para o Independiente Del Valle. Botou a culpa na molecada, sendo que os únicos meninos são Pedrinho, o melhor do time, e Mateus Vital, que vinha muito bem. Vital não gostou e respondeu. Na verdade, nenhum jogador do grupo deve ter gostado. Aí ele deu uma gelada no garoto. Botou Vital no banco. Precisa, professor? É ele que está errado?
A torcida chamou Carille de paneleiro. A chapa esquentou, mas não ferveu. Veio a vitória contra o Vasco e os 38 pontos no Brasileiro. Está ruim? Não. Mas então está bom? Depende. A posição na tabela sim, mas as eliminações e o futebol apresentado deixaram o torcedor desconfiado. Bancado por Andrés Sanchez, o treinador tem moral na quebrada, mas hoje não é mais unanimidade. Segue firme no cargo pelos pontos acumulados, a duras penas, no Campeonato Brasileiro.
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