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Bolívia Zica

Rogério tem uma dura missão, mas é disso que ele gosta

Bolívia ZIca

11/08/2019 18h24

O cruzeirense é muito grato ao Mano. Cornetava, xingava, reclamava sem parar da retranca, mas agradece os estaduais e as duas Copas do Brasil. Tem torcedor que, mesmo na situação periclitante que atravessa, já está com saudade dele. Mas não dava mais. A chegada do Rogério Ceni é essencial para tentar mudar o clima de fim de feira que toma conta do elenco.

Como jogador, fez gols de falta e cansou de ganhar do Cruzeiro. Como técnico, já chega com moral porque, há pouco tempo, recusou o convite do Atlético. Tem um estilo muito mais ofensivo que o do antecessor e vai pegar um time destroçado, que você não enxerga onde começa e onde termina. Muito do desastre se deve ao momento político do clube, às denúncias de corrupção e às dificuldades financeiras que deram início à crise dentro de campo.

O Cruzeiro está tão mal que, qualquer coisa que o Rogério conseguir, já tá valendo. Mas não vai ser nada fácil. Ele tem uma bela de uma bucha pela frente. O Cruzeiro jogou mal de novo em Floripa e quase perdeu pro Avaí, pior time do campeonato, virgem de vitórias até hoje. Sassá conseguiu empatar no final.

Comandar o Cruzeiro no atual momento não é aquela volta dos sonhos a um gigante do futebol brasileiro que o ex-goleiro imaginou. Mas o Rogério não é besta. Ele sabe que a parada é sinistra. Elenco, tem. O buraco não passa pelas peças e fica bem mais embaixo. Já levou o Fortaleza à elite e ao título inédito da Copa do Nordeste. Agora quer tirar o Cabuloso da lama. O chão que está indo pisar não é nada firme – e este desafio embaçado é exatamente o que move um profissional obstinado como ele.

 

Sobre o Autor

Jornalista de formação, amante do futebol por paixão e corneteiro por vocação. Apresentador do canal Desimpedidos. Comanda o Bolívia Talk Show.

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As opiniões do personagem não refletem necessariamente a opinião do homem por trás da máscara. Mas quase sempre sim.