Edenílson é pouca mídia e muito futebol

Em um jogo de muita disputa e poucas chances claras de gol, uma falta perto da área é o ouro. Sóbis sabia disso. Quando sofreu a falta de Ariel Cabral, logo pegou a bola. Guerrero chegou junto. Deve ter falado: "Rafa, deixa essa pro pai". Sóbis botou fé, deu uma cabeçada no peito do peruano como incentivo e saiu da bola. Paolo deu um, dois, três passos pra trás. Tirou as mãos da cintura, correu pra bola e meteu ela no ângulo. Fábio, sempre ele, o eterno Fábio, foi buscar lá no alto e rebateu do jeito que deu. Mas a bola ficou ali, pedindo pra alguém chutar. Edenílson chegou no rebote e decidiu o jogo.

Que jogador se tornou esse Edenílson. Volante moderno, joga em todo lugar do campo, corre, marca, puxa contra-ataque e ainda chega na área pra fazer gol. Quietinho, suavão, sem marketing, sem nome composto bonito, o famoso pouca mídia e muito futebol. Quando Tite o levou para o Corinthians, ainda não era nem sombra desse jogadoraço do Inter. Pode até ser que o Sr Adenor lembre dele numa próxima convocação, vai saber. Ainda mais se ele for negociado com a Europa, porque a gente sabe que isso dá uma grife pro jogador nessas de Seleção.

O Cruzeiro, o pobre Cruzeiro, desorganizado, desmotivado, passou a marca dos 800 minutos sem fazer gol. OITOCENTOS E TANTOS MINUTOS SEM FAZER UM GOL! Maior jejum da história do clube. Pedro Rocha, Sassá, Fred, Thiago Neves, Robinho, Marquinhos Gabriel… Ninguém consegue fazer nada. Clima de fim de balada. Até quando o Mano aguenta no cargo, hein? Sobre o resultado, uma derrota doída em casa é ruim, mas 1 a o até dá pra buscar, na teoria. As camisas se equivalem. Mas o momento é muito mais colorado, que vai jogar em casa e com um gol de vantagem.