Bebeto: um título brasileiro para cada rival
Em meio à polêmica sobre a possibilidade do centroavante Pedro trocar o Fluminense pelo Flamengo, hoje sai um BTS [Bolívia Talk Show] com um ícone do futebol brasileiro que deixou o Mengão para jogar no Vascão. E quando o cara é craque, não consegue responder em qual dos dois times jogou mais bola.
O baiano Bebeto, menino franzino e bom de bola, surgiu no Vitória e logo chamou a atenção. Chegou na Gávea com a ingrata missão de substituir o rei máximo da torcida, no campo e no coração – Zico estava de malas prontas para jogar na Itália. Ganhou um Brasileiro fazendo gols de direita, de esquerda, de cabeça, de falta, dando assistências e sendo peça fundamental. Ao final do contrato, seu passe foi para a Federação. O Vasco cresceu os olhos. Bebeto garante que seu desejo era ficar. "Eu não queria sair do Flamengo. É o time que eu tenho no coração até hoje".
Mas quem comprou seu passe foi o Vasco. E ele foi. A contragosto, mas foi. "Rapaz, vou te falar que não me arrependo. Fui muito bem tratado no Vasco e fui muito feliz por lá". De fato foi. Como fizera no Mengão, levou o cruz-maltino ao título nacional de 1989. Muito rubro-negro não aceita até hoje, tem raiva. Ciúme totalmente compreensível. Bebeto se diz rubro-negro, jogou muito com a camisa do Fla, mas também ganhou um lugar de destaque na história vascaína.
Depois o camisa 7 só não fez chover em La Coruña, elevando a equipe a um status nunca antes alcançado. Ainda vestiu a camisa do Botafogo, fez uma missão pelo Cruzeiro e voltou para o seu Vitória, onde ganharia um Estadual e uma Copa do Nordeste.
Na Seleção Brasileira, está na mesma prateleira de Romário, Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo. Formou a melhor dupla que já vi, com aquele baixinho que vestia a 11. "Eu e Romário nunca perdemos jogando juntos". Trouxe o tetra dos Estados Unidos. Ia bater o pênalti derradeiro, mas Roberto Baggio poupou nosso camisa 7. "Pedi pro Parreira pra bater o primeiro, porque se errasse ainda teria como reverter. Mas ele falou que eu tinha que decidir, bater por último, e eu ia bater sem problemas. Ia decidir o canto na hora, olhando para o goleiro".
O Allejo da vida real lembrou que já fez muito hermano chorar. "Eu nunca perdi para a Argentina". Lembrei na hora daquele gol de voleio no Maracanã, em cima deles, com passe do Romário. Que coisa linda. Saquei minha camisa do tetra, que já tinha o autógrafo do Baixinho, e pedi para o Bebeto assinar. Relíquia. Depois ainda conseguiria o autógrafo do capitão. Mas o papo com Dunga é história para outro post.
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