Kajuru: convulsão de Ronaldo foi por erro médico

Jorge Kajuru aceitou o convite do Desimpedidos para dar entrevista ao Bolívia Talk Show. Então fomos até o seu gabinete no Senado Federal. Você já entrou naquele lugar? É bem esquisito. Tem uma energia pesada. Aquele bando de político engravatado andando de um lado pro outro. Um mundo paralelo bizarro que cria uma atmosfera bem carregada. Você fica lá por uma hora e parece que foram oito. Sai esgotado, sugado.

Enfim, lá entramos. Gabinete de número 16. A secretária do senador eleito por Goiás liberou nossa entrada para armarmos o cenário, enquanto Kajuru discursava no púlpito do plenário e a gente podia ver tudo pela TV. Na sua mesa, uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Na parede, vários quadros de fotos com amigos e família. Os maiores deles eram dois: um abraçado ao Datena e outro dando um selinho na Adriane Galisteu.

Aguardamos o fim do discurso e logo chega aquela figura baixinha, sorridente, usando os óculos mais diferentes que já vi. Um olho no formato redondo e o outro retangular. Um olho tem uma prótese e o outro apenas 3% de visão. Mas nem por isso ele deixa de enxergar. O comentarista e apresentador esportivo deu lugar a um político astuto, tão polêmico quanto o jornalista. Frases de impacto, teorias de conspiração, acusações graves e muitas risadas marcaram o nosso bate-papo. Entregou Galvão Bueno, Silvio Santos, Ratinho e mais um monte de gente sem a menor cerimônia.

Ele afirmou que a Copa de 2014 estava comprada pelo Brasil e que a convulsão de Ronaldo na final do Mundial de 1998 se deu em razão de um erro médico: a injeção de xilocaína dada pelo médico da Seleção teria entrado na corrente sanguínea do Fenômeno.

No final, Kajuru confessou que sua equipe estava morrendo de medo do que eu iria perguntar na entrevista. Que todo mundo ali achava que a gente ia acabar brigando. Mas o BTS é pra ser curtido pelo entrevistador, pelo entrevistado e por todo mundo que gosta de futebol. E foi exatamente isso que aconteceu. "Tenho 58 anos e posso falar: foi a melhor entrevista que dei até hoje".