Ainda existe alguém que questione o apelido Gabigol?

No BTS que gravei com Gabigol em setembro do ano passado, o assunto principal foi a gelada que ele levou na Europa. Não conseguiu jogar na Inter e nem no Benfica. A possibilidade de um deslumbramento virou até título do vídeo. Ele tinha voltado ao Santos para relembrar o motivo do seu apelido, retomar o caminho da rede e recuperar a imagem.

Quando rola esse bate-volta, a imprensa internacional esnoba, a brasileira desconfia e o rótulo de jogador que não deu certo na Europa é colado. Muitos teriam sentido o golpe. Não foi o seu caso. Pelo Peixe, já chegou metendo caixa e foi o artilheiro do Brasileiro de 2018 com… 18 gols.

Nunca escondeu a vontade de jogar no Flamengo. E, quando chegou, parecia que já era de casa. Paulista de São Bernardo, mas carioca da gema. Criado no Santos, mas rubro-negro desde que nasceu. Hoje, é difícil saber se o Gabigol foi mais importante pro Flamengo ou o Flamengo pro Gabigol. Sintonia total. Crush eterno.

No Mengão, desandou a meter gol mais do que nunca. Hoje tem gol do Gabigol. Ontem teve e amanhã vai ter de novo. Se reclamar, vai ter dois. Como foi contra o River no Peru. É notório o amadurecimento como jogador e como personalidade do futebol. Entendeu o clube que representa, a função que exerce no campo e o status que atingiu. Sabe a hora de fugir das polêmicas, mas não deixa de se posicionar. Nem de pedalar ou comemorar um gol como bem entende. É artilheiro do Brasileirão de novo, o maior dos pontos corridos e contando. Da Libertadores também. Campeão da p**** toda. E ainda é ídolo da molecada, seja do Flamengo ou dos rivais.

Ainda existe alguém que questione o gol do apelido? Merece ser titular da Seleção? Chegaria voando agora em terras europeias? Pode ser que ele considere o momento ideal para uma nova investida por lá. Caso vá mesmo embora, vai deixar saudade no torcedor como uma paixão arrebatadora. Se resolver ficar, ahhhh, se resolver ficar, pode ter certeza: ano que vem vai ter mais gol do Gabigol.