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Bolívia Zica

Você confia na retranca do Mano? Hoje funcionou

Bolívia ZIca

23/07/2019 21h18

Um amigo que torce pro Boca chama o estádio do River de Mudomental ou El Freezer. Aquela zueira de bostero pra gallina. Perto de La Bombonera, a pressão ali é bem menor mesmo. Nesta noite de terça, o Monumental não estava mudo, mas o freezer se configurou com o vento forte e o frio de 5° que fazia em Buenos Aires.

Imaginando que o River Plate iria pra cima, comentei no Twitter que o jogo seria osso pro Cruzeiro. "É porque você não conhece a retranca do Mano", respondeu um seguidor. E nós dois estávamos certos: o River sufocou durante todo o primeiro tempo e o Cabuloso tentou armar o velho ferrolho menezístico.

Dedé tirou as que podia. Fábio defendeu outras. E ainda teve alguns chutes pra fora. O River jogou no campo de ataque, pressionou, mas não marcou. Tudo isso patrocinado pela briga do Cruzeiro com a bola. Errou todos os passes possíveis na saída, não tinha a posse da criança e quase não passou do meio de campo.

Egídio, com quem Mano tem um caso de amor na piscininha, conseguiu bater um lateral pra fora. Em outro lance, entrou de voadora na mesma bola que o Leo. Levou a pior com a joelhada na cara que o zagueiro acertou sem querer. No Twitter, a torcida tirou onda. "O Leo só tá tentando consertar o time que o Mano escalou".

Durante o intervalo, um seguidor definiu o sentimento do cruzeirense: "As outras torcidas tomam cerveja durante o jogo. A do Cruzeiro toma Rivotril".

E aí Mano resolveu tirar um meia e botar mais um volante. Ariel Cabral no lugar de Robinho. E por incrível que pareça o time melhorou. Ficou mais ofensivo. Em poucos minutos, Marquinhos Gabriel ficou sozinho e tocou pro gol na saída do goleiro. Por muito pouco estava impedido. Mas o lance trouxe confiança ao time brasileiro e bagunçou os argentinos.

A partir daí, o esquema retranca + contra-ataque começou a funcionar. O Cruzeiro passou a incomodar e o jogo do River ficou desordenado. Pedro Rocha tomou decisões erradas e perdeu muitas chances de encaixar uma bola no contra-golpe. Egídio desperdiçou uma chance de abrir o placar ao tentar encobrir o goleiro. Lucas Pratto, sem jogar há dois meses, entrou e quase fez um gol de cabeça na falha de marcação do Leo.

Aí, no último lance do jogo, o experiente Henrique deu uma de juvenil e puxou a camisa do Pratto no escanteio. Esqueceu que tem VAR, Henrique? Mas quem bateu não foi o Pratto, e sim o Suarez. Ele conseguiu ser mais juvenil que o Henrique e chutou pra fora: zero a zero.

Para quem esperava a derrota de um Cruzeiro em má fase, o ponto na casa do atual campeão surpreendeu. Para os que confiam no cadeado Mano Menezes, o resultado foi o esperado. O consenso é que o empate é um excelente resultado e, quem diria, o Cruzeiro tem tudo para despachar o River e seguir vivo na Libertadores.

 

 

Sobre o Autor

Jornalista de formação, amante do futebol por paixão e corneteiro por vocação. Apresentador do canal Desimpedidos. Comanda o Bolívia Talk Show.

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As opiniões do personagem não refletem necessariamente a opinião do homem por trás da máscara. Mas quase sempre sim.