Copa América 2019: o que teve de bom e de ruim
EM BAIXA
Arbitragem: de maneira geral, a juizada foi mal nessa Copa América. Muito jogo difícil para pouco árbitro bom. Tinha juiz que deixava o pau comer, outros puniam sem necessidade. A expulsão de Messi contra o Chile foi um exagero. Uma coleção de erros grotescos, mesmo com VAR. Os dois pênaltis dados na final, por exemplo, foram ridículos.
Gramados: uma vergonha uma arena moderna como a do Grêmio apresentar aquele pasto. A Fonte Nova também deixou a desejar. A Arena Corinthians foi o estádio mais elogiado por jogadores e torcedores.
Torcida: para a Conmebol, a venda de ingressos foi um sucesso. Bateu recordes de arrecadação. A entidade encheu o bolso, mas a Copa América não encheu os estádios. Torcida reduzida e elitizada.
Messi: não brilhou, não decidiu, não jogou absolutamente nada. Fez apenas um golzinho de pênalti. Visivelmente incomodado com a falta de êxitos por seu país, em solo brasileiro lembrou que é sul-americano. Aquele jogador padrão europeu, quieto, discreto e educado, deu lugar a um argentino chorão. Se recusou a receber a medalha de 3º colocado, insinuou que existia esquema para o Brasil ganhar e foi obrigado a voltar para casa ouvindo as respostas dos pentacampeões ao seu mimimi.
Uruguai: entrou como o grande favorito ao lado do Brasil. Era o finalista esperado do outro lado da chave. Saiu apequenado, eliminado pelo modesto Peru, com as lágrimas de Luisito Suárez e a cara fechada do velho Tabárez.
Colômbia: normalmente, a frase seria "jogou como nunca, perdeu como sempre". Mas, dessa vez, nem o jogou como nunca aconteceu. Só o perdeu como sempre mesmo.
Chile: o até então bicampeão já foi mais embaçado. Em 2019, se mostrou um time envelhecido, cansado e previsível. A geração de Medel, Vidal e Sanchez foi vitoriosa, mas já era. A seleção chilena precisa de renovação.
EM ALTA
Venezuela: para o padrão histórico da Vinotinto, que sempre foi saco de pancadas, a performance deve ser celebrada. A evolução é notória. Mais ainda se levarmos em conta o momento político e social do país.
Peru: nem o peruano mais otimista acreditaria, depois daquele massacre brasileiro de 5 a 0, que a equipe desbancaria Uruguai e Chile para chegar à grande final. Paolo Guerrero, melhor a cada dia, levou sua seleção a uma decisão após 44 anos. Incrível. E olha que o Peru começou a final muito bem, marcando alto e não deixando o Brasil jogar.
Daniel Alves: finalmente chamou a responsa na ausência (oportuna) de Neymar. Jogou o fino e ganhou mais um troféu para sua vasta coleção. Ainda derrapa um pouco ao abrir a boca, mas com a bola nos pés foi essencial.
Éverton: a amarelinha caiu bem demais no Cebolinha. Mostrou que está pronto para defender a Seleção e um bom time europeu (gremistas, chorem). Foi o melhor do ataque até a semifinal contra a Argentina, onde não conseguiu jogar. Voltou a marcar na finalíssima e saiu da Copa valorizado, ainda mais depois do Galvão Bueno fazer tantas juras de amor ao vivo.
Gabriel Jesus: um ano sem marcar, sem mandar alô pra mãe, perdido em campo, com o pé torto e sem confiança. De repente, o camisa 9 voltou. Na hora certa, contra a Argentina. Fez o primeiro e a jogada inteira do segundo. Outra atitude, outro jogador. Com sangue nos olhos e vontade de ganhar. Entrou assim na final também. E resolveu de novo. Um drible, uma assistência e depois um gol. Decisivo.
Tite: contestado, xingado, vaiado, mas campeão com apenas um gol sofrido. Como se fosse o Velho Lobo, vocês vão ter que engolir! Fiz uma pesquisa no Twitter antes da final, e deu empate.
Depois da final e do título, refiz a pesquisa e a popularidade aumentou um pouco.
Tenho muitas restrições sobre algumas formas de condução do grupo e do time. Mas não trocaria de treinador até a Copa do Mundo. Tite ainda é o melhor nome disponível para a Seleção.
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