Na final é outro Peru, mas o Brasil precisa ganhar
O futebol é cheio de clichês. Um deles é falar que é o esporte mais imprevisível. O que pode parecer um contrassenso, mas é a mais pura verdade. Prova disso é o que a Copa América nos reservou na última semana.
O Brasil tinha no lado esquerdo do ataque sua grande força. Éverton foi muito acionado e deitou por ali. O lado esquerdo da argentina se mostrou o ponto mais vulnerável daquela defesa que todo mundo pode chamar de mãe. Um convite. Porém, a Seleção ganhou o jogo justamente pela outra faixa, a esquerda, onde Dani Alves chamou a responsa e jogou demais. Do lado de lá, Cebolinha sumiu ao lado de Alex Sandro.
E o melhor jogador da partida, olha só, poderia ter saído como vilão se o juiz tivesse visto o pênalti que cometeu em Agüero. Foi a jogada que precedeu a arrancada do Gabriel Jesus e o gol do Firmino. A Argentina poderia ter empatado o jogo ali. E aí, vai saber no que ia dar.
Eu mesmo questionei a escalação do menino Jesus, que não fazia gol de jeito nenhum. A mamãe – dessa vez não é a defesa da Argentina, é a progenitora mesmo – nem conferia mais o celular pra ver se o filho ia ligar pra dar um alô. De repente, como se fosse domingo de Páscoa, Jesus ressuscitou. Concluiu a jogada perfeita do primeiro gol e cruzou o campo inteiro para dar o presente que iluminou o Mineirão com o sorriso reluzente do Firmino.
O Peru despachou o Uruguai. Antes da Copa começar, a Celeste era tida como favorita ao título junto com o Brasil. Contra um Chile experiente e cascudo, atual bicampeão, o time de Gareca entrou como franco atirador.
O que se viu no frio de Porto Alegre foi um Peru animado desde o primeiro minuto. Pressionou a saída, roubou bolas, marcou com raça e disciplina. Cueva meteu uma carta 8 de ouros na meia e a mandinga funcionou. Gallese, o mesmo que ramelou contra o Brasil, fechou o gol e botou o Vargas no bolso. Quem tenta uma cavadinha perdendo de 3 a 0 merece a humilhação. E contra todos os prognósticos, o Peru entubou o Chile com autoridade.
Na primeira fase, foi um atropelamento de 5 a 0 com um pênalti desperdiçado, sem dó e sem massagem. De lá pra cá, o Peru virou outro adversário. Mas domingo é dia de acabar com essa onda de surpresas. Na moral, não dá pra perder do Peru na final. Seria o novo 7 a 1.
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