Copa América: a vingança perfeita para Messi

Finalmente chegou aquela mini ansiedade para um jogo da Seleção. Brasil x Argentina continua sendo Brasil x Argentina. Mesmo com um Brasilzinho meia-sola, dono de um ataque errante que depende das rabiscadas do Éverton Little Onion, um meio-campo pouco criativo e uma defesa sólida que ainda não foi realmente testada. Contra a Argentina mais fraca que já vi. Bagunçada, mal treinada e escalada por um técnico tampão, mas que tem o melhor jogador do mundo.

Foto: Thiago Calil/AGIF

Muito se fala sobre a importância do clássico para a Seleção, que mais uma vez joga em casa, e mais ainda para o seu treinador. Um novo desastre no Mineirão do 7 a 1 poderia decapitar Tite. Poucos lembram o que esse jogo significa para a Argentina e principalmente para o seu camisa 10.

Lá se vão vinte e muitos anos de decepção e jejum. Eliminação na primeira fase da Copa, elencos de estrelas dando vexame, freguesia absurda contra o Brasil e derrotas doloridas nas finais da Copa 2014 e da Copa América no Chile. Em ambas, Messi ajudou seu time a chegar à final. A taça não veio por questão de detalhes. Os jogos empataram no tempo normal. Higuaín perdeu gols feitos nas duas. Messi saiu chorando sob memes de pipoqueiro.

Foto: Carlos Quezada/Agencia Uno/AGIF

Panelas dentro do grupo, a eterna mágoa do povo por ter abandonado seu país muito cedo, a falta de identificação com clubes e torcedores locais, cobrança por um título importante com a camisa da Argentina. Para Lionel, não existe chance melhor para a redenção. Mais uma vez no Brasil, mais uma vez no Mineirão, mais uma vez como esperança única de uma equipe carente de ídolos e títulos. Se passar pelo grande rival, ainda teria a oportunidade de concluir seu plano de vingança perfeito: contra o Chile, quem sabe, na grande final.

Até agora não jogou, não decidiu, só fez um gol de pênalti e apareceu muito mais por reclamar da condição dos gramados. Por todos esses motivos, acredito que Messi vá entrar com sangue nos olhos para fazer valer o seu plano. Se a besta de repente vai resolver sair da jaula com ódio eu não sei – e é a última coisa que desejo. Mas é prudente, e muito prudente, verificar os cadeados.