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Bolívia Zica

Chora agora, ri depois

Bolívia ZIca

23/06/2019 19h43

É imensurável o legado que esse time feminino do Brasil deixa, ainda que desarrumado e eliminado nas oitavas, após essa Copa do Mundo. Nunca a mobilização foi tão grande. O apoio finalmente veio por parte da mídia e do povo. Todo mundo acompanhou, torceu, vibrou. E sofreu com mais uma falta, mais um cruzamento na área, mais um toque de primeira, mais um gol de Henry e mais uma derrota para a França. Maldição!

As donas da casa, de nariz em pé, pensaram que passariam o carro no Brasil. De fato deram um certo sufoco no primeiro tempo. A ponta-direita Diani instaurou o caos para a nossa Tamires. Que fumaça, amigo. Cada cruzamento na área brasileira era uma nova leva de gotas de suor brotando da minha testa. A goleira Bárbara saía mal do gol, e numa dessas caçadas de borboleta, a bola foi dividida com a atacante e entrou. Sorte que o VAR viu mão.

No segundo tempo, em outra jogada pela direita + erro de marcação combinado à saída em falso da goleira, elas abriram o placar. Aí as meninas ativaram o modo raça máxima e foram buscar. A volante Thaísa, uma das melhores na Copa, empatou o jogo.

Sem pernas para correr e pensar direito, o time do Brasil foi para a prorrogação na base da vontade. Debinha, que jogou demais, apareceu sozinha pela esquerda, entrou na área sem marcação, preferiu fazer a jogada individual, mas na hora de bater, adiantou um pouco a bola e pegou fraco nela. Mesmo assim ela ia entrando, devagar, até a zagueira francesa aparecer para afastar. Era a bola do jogo, Debinha! Minutos depois, viria o castigo.

Como disse a grande rainha, não é sempre que vamos poder contar com uma Formiga, uma Cristiane, uma Marta. Essas saem da Copa do Mundo e entram para a história do futebol feminino do Brasil. Deixam uma lição de luta, fé e coragem para as gerações seguintes. Hoje, o Brasil parou para torcer por sua seleção feminina. E isso não é pouca coisa. É muita conquista. Que o apoio agora também venha de clubes, patrocinadores e profissionais do esporte para forjar novas craques e formar uma equipe cada vez mais forte.

: Adalberto Marques/AGIF

"Valorizem mais. O futebol feminino brasileiro depende de vocês, meninas. Chorem no começo para sorrir no fimMARTA

 

Sobre o Autor

Jornalista de formação, amante do futebol por paixão e corneteiro por vocação. Apresentador do canal Desimpedidos. Comanda o Bolívia Talk Show.

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As opiniões do personagem não refletem necessariamente a opinião do homem por trás da máscara. Mas quase sempre sim.