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Bolívia Zica

A Seleção pode ser muito melhor sem Neymar

Bolívia ZIca

09/06/2019 19h03

Não discuto a qualidade técnica do Neymar. Ele poderia ser um jogador no estilo Ronaldinho. Driblador, vai pra cima, excelente no 1×1, mas que sabe a hora de fazer um corta-luz ou um toque de primeira e fazer o jogo fluir. Quem abriria mão de um jogador assim?

Mas faz tempo que o jogo do Neymar virou parar na frente do marcador e realizar o desafio pessoal de passar por ele. Esse recurso é raro e tem que ser usado. Mas nem sempre.

O jogo do Brasil fica lento. Concentrado no mano a mano do Neymar. Quando a bola não está com ele, os outros jogadores o procuram. Ele pede a bola. Ele manda que toquem para ele. E pela moral que tem, todo mundo toca e acaba jogando em função do camisa 10. A comissão técnica deixa fazer o que quiser e como quiser. E a gente também colabora, botando nele toda a responsabilidade de decidir. E aí ele confunde chamar a responsa com parar o jogo e tentar fazer a diferença no individual o tempo todo.

Honduras com um a menos é tipo o time da pelada do churrasco. O placar foi 7 a 0. Mas o amistoso de hoje valeu por um bom motivo: a proposta de um time mais democrático pode fazer um bem enorme à Seleção. Todos com papéis e responsabilidades parecidos. Sem um centro de gravidade. Mais solidário, mais coletivo, mais intenso e mais ligeiro.

Dessa vez, além desse entrave dentro das quatro linhas, Neymar carregava outras questões que traziam o foco para ele fora do campo também. Mesmo quando não tem um caso de polícia, tudo gira em torno dele. Acho ótimo criar uma cultura diferente. Até para quando ele voltar ao time seria benéfico. Não sei o que vai acontecer nessa Copa América, mas eu passei a acreditar muito mais no título agora. Não pelo placar sobre a fortíssima Honduras, e sim pelo ambiente mais leve.

 

Sobre o Autor

Jornalista de formação, amante do futebol por paixão e corneteiro por vocação. Apresentador do canal Desimpedidos. Comanda o Bolívia Talk Show.

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As opiniões do personagem não refletem necessariamente a opinião do homem por trás da máscara. Mas quase sempre sim.