Mão na bola ou bola na mão? Eis a questão
Mão na bola é falta, bola na mão não é. Uma das poucas leis da pelada. Cresci ouvindo isso. E era exatamente o que sempre esteve escrito na regra oficial do futebol. Se não tem intenção, não é falta. Ou pênalti, se for dentro da área. Mas existe um lugar intermediário, espremido entre a intenção e a fatalidade, que está ficando cada vez mais espaçoso e é onde mora o grande problema: houve ou não houve um movimento que não é natural, abrindo o braço para aumentar seu campo de ação antes do atacante chutar para impedir que a bola passe?
Faz sentido. Se o defensor agir como um goleiro para interceptar a bola, não pode passar ileso. Constitui o tal ato deliberado. Só que surgem lances muito complicados. Uma jogada rápida, um chute forte à queima-roupa, o instinto de se proteger, o equilíbrio do corpo, o movimento para correr, o atacante chutando naquela região intencionalmente para a bola bater na mão do adversário. Enfim, são vários os fatores que podem confundir a cabeça no árbitro na hora de decidir se aquele braço ou aquela mão foram colocados ali de propósito.
A final da Champions League foi praticamente definida em um lance assim, logo no primeiro minuto de jogo. O juizão nem quis saber de VAR e marcou. Uma bola para a área, lateral e não frontal, que bateu no peito antes de bater no braço. Eu, talvez doutrinado pela regra básica da pelada, não marcaria. Muita gente concorda. E outras tantas viram pênalti escandaloso.
Nessa rodada do Brasileirão, foram vários. O braço aberto do Geromel deu a vitória ao Bahia. No Pacaembu, Anderson Martins foi absolvido. Contra o Ceará, o santista Aguilar também. Quando o pênalti é contra o nosso time, é bola na mão, nada, segue o jogo! Quando é a favor, mão na bola na cara-de-pau, bola na marca da cal! Fato é que estamos vendo esse tipo de lance com mais frequência e, enquanto depender de uma pessoa interpretar e adivinhar as intenções de outra, as polêmicas vão continuar. Com ou sem VAR.
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