A orelhuda está em boas mãos

Além do nervosismo por se tratar de uma final, foi um jogo ruim. Fraco tecnicamente e de intensidade.

Primeiro minuto de jogo. Sissoko abriu o braço. Fez o tal movimento antinatural. Mas a bola bateu no peito primeiro, depois no braço. Lance interpretativo. Eu não daria o pênalti. O juiz deu e nem quis saber do VAR. Salah bateu e fez.

Aí uma torcedora invadiu o campo de maiô. E essa foi a maior emoção do primeiro tempo.

Alisson teve uma atuação irrepreensível. Segurança total em todas as bolas. Reverenciado por todo time e por Klopp ao final do jogo. "Fez defesas difíceis parecerem fáceis", disse o técnico. Para quem sofreu com o frango do Karius no ano passado, Alisson é mesmo um deus. E quem não o considerava um bom goleiro até a Copa do Mundo, já deve ter mudado de opinião.

Era para ter entrado com o Lucas Moura. Se o cara brilhou e fez três gols na semifinal, não pode ficar de fora da decisão. Até porque o Tottenham estava atrás no placar e precisava abrir espaços na defesa do Liverpool. Quando o brasileiro entrou, aumentou o volume ofensivo.

Harry Kane foi um Henrique Dourado com curso de inglês. Son parecia um cantor de k-pop jogando uma pelada. E Dele Alli… Ah, Dele Alli. Que falta de tesão em jogar bola. É um Marquinhos Gabriel com grife!

O Tottenham como um todo não parecia muito a fim de ganhar essa Champions. Faltou organização, mas também acho que faltou vontade. Muito morno o jogo do Spurs. Não botou pressão em momento nenhum.

Van Dijk é um monstro e foi considerado o melhor jogador da final. Fabinho mostrou que merecia estar na lista da Copa América. Firmino foi mais discreto. Deu lugar a Origi, autor do segundo gol.

Depois de bater na trave no ano passado, os Reds finalmente voltaram a ganhar uma Champions, quebrando a dinastia madrilenha. A orelhuda está em boas mãos.