Não vi Pelé, mas vejo Messi

Eu não sei mais o que falar do Messi. Talvez seja inútil buscar novos adjetivos ou maneiras diferentes de expressar a admiração. São muitos anos como o melhor jogador do mundo disparado. Sei que muitos vão falar dos recordes e das Bolas de Ouro do Cristiano Ronaldo, que é mesmo um jogador incrível. Mas o Messi é o Messi. Ele brinca de jogar bola. Ele sobra. Ele não precisa treinar feito um louco porque nasceu hackeado. Puseram todos os skills no máximo. Overall pra mais de mil. Sem firula, sem mimimi, sem ostentação, sem se expor em redes sociais ou na vida, sem carisma midiático, sem trocar de clube. Só jogando bola no talo, sempre.

Foto: Marcelo Frias/Jam Media/Agencia Uno/AGIF

O Liverpool até que se propôs a jogar no Camp Nou. Pecou nas finalizações e parou em Ter Stegen. Já o pistoleiro Luisito, deu o carrinho e executou. Depois disso, é o mesmo filme que vemos desde que o anão argentino estreou no profissional do Barcelona.

Ele gruda a bola no pé porque sabe que o marcador não vai tomar. E o marcador bate pelo mesmo motivo. Ele prende quando precisa. Toca na hora certa. Chuta no momento e no lugar exatos. De fora da área, no rebote ou de falta. 600 gols só com essa camisa. Quando os ingleses foram pra cima desesperados, ele poderia fazer mais gols pra sua conta no contra-ataque. Mas serviu Suárez uma vez, que errou o passe em vez de chutar, e Dembelé, que abusou do direito de ser pereba e perdeu dois gols feitos.

O mais louco é que, esse filme que a gente vê há tanto tempo, é como se fosse um terror que eu já decorei, já sei qual é a próxima cena, e continuo tomando susto com o mesmo monstro. Espantoso.

Não tenho 100 anos para ter acompanhado todos os jogadores que já passaram por esse planeta. Mas conheço um que não parece ser daqui. Provavelmente, o maior da história.