O VAR é justo. Mas pode ser muito cruel!

Que jogo foi esse? Teve gente morrendo do coração! Um dos melhores da história da Champions e um dos mais emocionantes que já vi. O Tottenham passou pelo City do Guardiola ao empatar no placar agregado com 3 gols marcados fora de casa. Aliás, juntando os agregados dos dois confrontos de hoje, foram 15 gols. Uma afronta ao resultadismo barato que contaminou os técnicos brasileiros. Onde já se viu sair tanto gol? Aqui, no "país do futebol", quem diria, jogar futebol virou coisa feia e o jogo feio virou sinônimo de jogar futebol. Tá tudo invertido mesmo.

O City estava passando com o gol do Agüero. Jogada do De Bruyne. Aquela que deixaram o belga ir carregando. Acho que já vi essa cena em algum lugar! Aí levou um gol do Llorente, que é tão caneludo quanto o centroavante reserva do pior clube da sua cidade. Castigo número um. O pior ainda estava por vir. Mas qual sensação pode ser pior do que a de tomar um gol que elimina seu time?

Resposta: a de fazer o gol salvador nos descontos, comemorar feito louco, gritar de perder a voz até babar, sair pelado na rua, abraçar desconhecidos, chutar a parede e…  Logo depois ter o gol anulado pelo VAR por impedimento. Pode crer que isso dói mais do que tomar um gol. Aconteceu nos descontos, depois do "gol" do Sterling. Uma experiência nova pra quem joga e pra quem torce. Reconfortante pra quem se dá bem, amarga demais pra quem sofre o baque. Vamos ter que aprender a lidar. Estar com o coração a 200km/h e engatar a ré! Tipo isso. Azar dos citizens, sorte do Spurs.

É, o árbitro de vídeo veio pra deixar o futebol mais justo. Mas a justiça tem um preço. O VAR pode ser o que há de mais cruel da humanidade. Cruel demais. Mais cruel que o Jael! Se pá, é o único que pode derrotar o Thanos. Mais uma vez, o City do Guardiola ficou no caminho. Tottenham e Ajax fazem uma semifinal inusitada. Barça e Liverpool, a semifinal badalada. E a gente faz esforço pra aprender a lidar com as novas emoções.