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Bolívia Zica

O que o Robozão guarda para o Atleti?

Bolívia ZIca

04/03/2019 12h30

Quem acompanhou Napoli x Juventus no último domingo não consegue imaginar o que pode esperar da Vecchia Signora no jogo de volta contra o Atlético de Madri, pela Liga dos Campeões. Viu um time preguiçoso ganhar o jogo decisivo do Campeonato Italiano sem fazer o menor esforço. Venceu o confronto direto contra o vice-líder e abriu absurdos 16 pontos de diferença na tabela.

Cristiano Ronaldo mal foi visto em campo. Mas, aquela coisa, foi dele a esperteza na jogada do primeiro gol. E só. Nenhuma arrancada, nenhum drible, nenhum chute perigoso. Nem a falta que ele mesmo sofreu, ele quis bater. Deixou para o Pjanic, que guardou. Mas… O que estaria planejando o nosso querido Robozão? Se fazendo de morto? Esperando a hora certa para dar o bote?

Foto: André Mourão/AGIF

A Juve sobra tanto no Calcio, que ganha da sua única ameaça – se é que ela ainda existia – mesmo quando não quer, e no campo adversário. Entrou para cozinhar o jogo, tamanha era a vantagem de pontos. Ganhou um presente no recuo errado do lateral Malcuit para o goleiro Meret. CR7 foi mais esperto, chegou antes e ia driblando o goleiro quando foi derrubado. Além de ter tomado o gol de falta do Pjanic, o Napoli ainda ficou com um homem a menos. Teve que sacar o centroavante Milik para colocar o goleiro reserva Ospina. A Juventus ainda marcou o segundo no primeiro tempo, com Emre Can, de cabeça. E aí, claro, ficou mais recuada ainda. O Napoli foi pra cima, apertou o jogo inteiro. Insigne criava todas as jogadas, tentava de tudo sozinho na frente. Descolou uma assistência perfeita para Callejón descontar. E quase empatou o jogo de pênalti, mas a bola foi na trave.

É evidente que a Juventus não contratou Cristiano Ronaldo só para ganhar mais um scudetto. Ou para ele ser o artilheiro da Série A, como de fato é, com 19 gols, ao lado de Quagliarella. É para voltar a ganhar uma Champions. Lá se vão 23 anos. Na temporada 2014/2015, faltou pouco. Perdeu para o Barça do trio MSN na final. O foco do clube está totalmente voltado para a orelhuda. E do seu principal craque também. Ou você acha que o portuga, obstinado e obsessivo como é, está tranquilo com a possibilidade de ver o mundo reverenciando Messi nas últimas semanas e ainda ser eliminado da Champions pelo Atleti de Simeone?

Definitivamente, não. O bichão deve estar guardando todas as forças para esse jogo. Para quem gosta de desafios, para quem dedica uma vida a superar os próprios recordes e limites, o jogo da próxima terça é uma bela prova. 2 a 0 contra, o antigo rival histórico, um novo território a ser conquistado. Se fosse um jogador comum, estaria nas nuvens com o título italiano e a artilharia do campeonato. Mas é o Cristiano Ronaldo. Veremos.

 

Sobre o Autor

Jornalista de formação, amante do futebol por paixão e corneteiro por vocação. Apresentador do canal Desimpedidos. Comanda o Bolívia Talk Show.

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