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Bolívia Zica

And the Oscar goes to... Rivaldo!

Bolívia ZIca

25/02/2019 00h47

O Oscar me inspirou a levantar uma questão: quem merecia o prêmio de melhor ator-coadjuvante (que eu vi atuar) no futebol: Bebeto 1994 ou Rivaldo 2002? A pergunta no Twitter gerou uma discussão com opiniões bem diferentes.

Foto: Mauro Horita/AGIF

Ambos foram decisivos em Copas do Mundo. Representaram demais com a camisa da Seleção. Os melhores parceiros possíveis para Romário e Ronaldo. Ao definir Rivaldo como coadjuvante, sabia que ia gerar polêmica. Pensei que, se a FIFA fosse a Academia, certamente classificaria Rivaldo como ator-coadjuvante. Ronaldo era Ronaldo, deu a volta por cima, foi o artilheiro e fez os dois gols da final. Após duas jogadas de quem? Rivaldo. Ele foi tão decisivo quanto o Fenômeno em 2002. Em 1998, na França, já tinha deitado. Ficou marcado pela frieza na final, quando devolveu uma bola pro adversário tomando um pau de 3 a 0. Edmundo deu um apavoro que o mundo inteiro viu. E pela simulação no jogo contra a Turquia em 2002. Pra muita gente, o pernambucano foi o protagonista no penta. Sem mídia, sem marketing, sem risadinha e com muita contestação. A torcida muitas vezes se irritou com ele. Mas quando precisamos, sempre esteve lá.

Foto: Felipe Oliveira/AGIF

Bebeto gastou no Flamengo, marcou época no La Coruña. Rivaldo foi o melhor do mundo jogando o fino, e no Barcelona. Bola de Ouro pesa na hora de comparar. Também está mais fresco na memória do povo, é um pouco mais novo. Por tudo isso, o resultado da enquete foi uma surra. E uma estatueta. Se o Rivaldo ganhasse o Oscar, fico aqui imaginando, faria um discurso curto e seco, com a mesma feição serena de sempre. Esse cara merecia mais lembrança e reconhecimento.

Sobre o Autor

Jornalista de formação, amante do futebol por paixão e corneteiro por vocação. Apresentador do canal Desimpedidos. Comanda o Bolívia Talk Show.

Sobre o Blog

As opiniões do personagem não refletem necessariamente a opinião do homem por trás da máscara. Mas quase sempre sim.